
Um grupo de pescadores de Rondonópolis que integra a Colônia Z3 esteve, pela segunda vez, nesta sexta-feira (2), acompanhando na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) a apreciação do projeto “Transporte Zero”, do Governo do Estado, que prevê que no período de cinco anos, a começar em 1º de janeiro de 2024, o transporte, armazenamento e comercialização do pescado fiquem proibidos em todos os rios de Mato Grosso.
Os deputados acabaram aprovando, por maioria, o projeto em primeira votação, mas os pescadores locais prometem se manter mobilizados na busca de evitar a aprovação da proposta que agora segue para a segunda votação.
Segundo o presidente da Colônia Z3, Francisco Teodoro da Silva, apesar da aprovação em primeira votação, ficou acordado com a ALMT que serão realizadas audiências públicas em vários municípios de Mato Grosso, incluindo Rondonópolis, para debater o projeto com os pescadores locais.
“Aguardamos agora a data em que será realizada a audiência pública aqui em Rondonópolis. Não podemos aceitar a aprovação dessa lei do jeito que está”, afirma.
A promessa obtida pelos pescadores profissionais, conforme Francisco, é de que a segunda votação somente será marcada após a realização das audiências públicas.
Entre os deputados de Rondonópolis, Thiago Silva (MDB) votou contra o projeto, enquanto os deputados Sebastião Rezende (União) e Cláudio Ferreira (PTB) foram favoráveis. O deputado Ondanir Bortolini, Nininho (PSD), está licenciado. A proposta foi aprovada em primeira votação por 14 votos a 5.
Os pescadores profissionais são contra o projeto de lei, já que a proibição os deixa impedidos de trabalhar em sua principal atividade que é a pesca.
“Não podemos a aceitar que esse projeto seja aprovado, pois colocaria várias famílias de pescadores na miséria. O pagamento de um salário mínimo aos pescadores não vai permitir que a maioria mantenha o sustento das famílias. Na época da piracema já é muito complicado. O auxílio, muitas vezes, atrasa e os pescadores precisam fazer bicos para suplementar a renda que não é suficiente”, atesta o presidente da Z3.
Somente em Rondonópolis, 400 pescadores e famílias integram a Colônia Z3. São pescadores profissionais e que têm na pesca sua principal atividade econômica. “Se esse projeto for aprovado, vamos passar dificuldades”, prevê.