Barra do Garças – MT – 11 de dezembro de 2023

A Tribuna MT – Bebê que nasceu com 535g recebe alta após 5 meses na UTI


(Foto – Divulgação)

Das 40 semanas que deveria permanecer na barriga da mãe, a pequena Thuany só completou 23. Devido a um quadro de infecção ginecológica, Maraiza Almeida, mãe da bebê, precisou de um parto às pressas. Thuany nasceu no dia 19 de janeiro pesando apenas 535 gramas e se tornou o menor bebê dentre os nascidos no Hospital Santa Rosa, de Cuiabá.

“É um caso raro, não acontece todos os dias, não acontece em todos os lugares”, declarou a coordenadora da UTI neonatal do Hospital Santa Rosa, Paula Bumlai. Para se ter uma ideia, em 2021, o Guiness Book elegeu um bebê estadunidense de 21 semanas e 420 gramas como o menor prematuro a sobreviver no mundo. Estima-se que a chance de sobrevivência desse bebê era de menos de 1%.

Maraiza Almeida levava uma gestação normal até o segundo trimestre da gravidez. Devido à uma condição chamada incompetência istmo cervical — quando o útero não suporta o peso do bebê — a farmacêutica começou a ter contrações e apresentou dilatação.

Os médicos conseguiram controlar o problema, mas, na sequência, Maraiza desenvolveu um quadro de infecção ginecológica. Com a infecção, também veio o reinício do trabalho de parto.

No Hospital Santa Rosa, a farmacêutica precisou dar à luz às pressas, no dia 19 de janeiro. Estava com 23 semanas, cerca de cinco meses de gravidez. Thuany nasceu de parto normal, pesando 535 gramas e foi imediatamente encaminhada para a UTI neonatal.

Na unidade, vários profissionais precisaram se envolver no tratamento para ajudar a salvar a vida da bebê. A médica Paula Bumlai relembra que foram necessários superar desafios com a nutrição, com o controle dos batimentos cardíacos e da função renal. Durante o período de internação, que durou quase seis meses, também foram empregados exames de laboratório e de imagem de última geração disponíveis no Hospital Santa Rosa.

“A gente trabalhou em conjunto com a ciência, com a tecnologia, com a família, com a fé, e o hospital foi fundamental nesse processo porque esteve ao nosso lado quando apareceram problemas burocráticos”, declarou Bumlai.

O apoio à família de Thuany não se limitou aos corredores da UTI. Durante todo o tempo que Maraiza frequentou diariamente o Santa Rosa, ela foi recebida, desde a porta da frente do hospital, por pessoas que acreditavam em um final feliz. É o caso da recepcionista Nilda Cristina Siqueira Costa, que atua na recepção central do Hospital Santa Rosa, se tornou amiga e conselheira da farmacêutica.

“Sempre quando ela chegava aqui, eu falava para ela que a fé é o que move montanhas. No momento que a gente coloca nossa fé em ação, Deus também age. Eu sempre falava para ela que nós iríamos ver a Thuany sair aqui”, contou Nilda.

Para a recepcionista, a alta da bebê também é um retrato da união dos colaboradores do hospital. “A equipe trabalhou em união, deu o seu melhor. Quando você vê um caso que saiu daqui bem, para mim é uma coisa sensacional”, acrescentou.

O “xodó” da equipe da UTI neonatal deixou o Hospital Santa Rosa nos braços da mãe nesta segunda-feira (12). A alegria imensurável de Maraiza também foi compartilhada por dezenas de profissionais que não pouparam esforços para que esse dia chegasse.

(Foto – Divulgação)

Thuany saiu do hospital como uma ‘gigante’, como no nome do quadro onde ela foi homenageada, o “quadro dos gigantes” – um espaço dedicado a relembrar todos os pacientes que lutaram pela vida na UTI neonatal.

“A gente tem registro da Thuany com a mãe desde quando ela estava na incubadora e a gente não conseguia nem vê-la, quando ela ficava encoberta por uma nuvem de vapor porque tinha que estar úmido, quente. Tem registro da Thuany no colo da mãe respirando com ajuda de aparelhos. A Thuany no colo do pai dela quando foi pela primeira vez. A Thuany só com o cateterzinho do oxigênio no nariz e agora vamos colocar a foto da Thuany indo embora para casa”, comemorou a coordenadora da UTI neonatal, Paula Bumlai.

Para Maraiza, depois de enfrentar tantos dias difíceis sem perder a fé, o sentimento que fica é o de gratidão. “Eu só tenho a agradecer ao hospital todo apoio, toda ajuda, todos que de algum jeito colaboraram para que hoje a Thuany estivesse bem, saudável. Só tenho a agradecer tudo que fizeram por mim, tudo que fizeram por ela e só Deus vai poder recompensar cada um que ajudou com carinho, com palavras ou com ações”, comentou emocionada.

 



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